O estádio do Corinthians, que será anunciado oficialmente pelo presidente Andrés Sanches nesta terça-feira (dia 31), véspera do aniversário de 100 anos do clube, terá 48 mil lugares, mas já está preparado para ser ampliado para acomodar 70 mil torcedores e, assim, provavelmente ser utilizado como palco da abertura da Copa do Mundo de 2014 – a Fifa exige, para o jogo inaugural, uma arena com capacidade mínima para 65 mil. O GLOBOESPORTE.COM mostra como será a tão sonhada casa do Timão, a ser construída no bairro paulistano de Itaquera. Corintiano, eis aqui o seu presente pelo centenário, já batizado popularmente de Fielzão.
Na última sexta-feira, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), e prefeito da cidade, Gilberto Kassab (DEM), estiveram no Rio de Janeiro em reunião com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Com o veto ao Morumbi mantido, ficou acordado que o estádio paulista indicado para o Mundial do Brasil seria mesmo o do Corinthians. Foi o sinal verde que o clube precisava…
As obras começarão em janeiro de 2011 e a expectativa é que o estádio esteja pronto até, no máximo, fevereiro de 2013 – podendo ser usado na Copa das Confederações. A área de 200 mil metros quadrados fica em Itaquera, reduto corintiano na zona leste da capital paulista, ao lado do local que hoje abriga um dos centros de treinamento do Alvinegro.
A capacidade inicial da arena é para 48 mil pessoas. Para sonhar com a abertura da Copa do Mundo, seria preciso ter 65 mil lugares. No projeto já está prevista a ampliação de mais 22 mil, chegando a 70 mil, com a instalação de cadeiras nos dois vãos livres localizados atrás dos gols.
“Será tudo feito por blocos. Hoje, o estádio está preparado para 48 mil pessoas, mas pode crescer para chegar até 70 mil. Não teríamos nenhum problema em adequar ao padrão da Fifa ”, explicou Andrés Sanches.
Será um estádio moderno, mas sem nenhum design futurista. A área contará com estacionamento e ainda terá acesso pela linha vermelha do metrô – a estação Corinthians-Itaquera é vizinha ao terreno escolhido.
O valor da obra está orçado entre R$ 300 e R$ 350 milhões e será custeado pela construtora Odebrecht. O Corinthians pagará a empresa com o naming rights (direitos do nome). Traduzindo: o Timão venderá o nome da arena para uma empresa e o que arrecadar com essa cessão repassará à Odebrecht. O que faltar para atingir o total, o clube terá dez anos para devolver à empresa.
“Só negociamos o naming rights. O resto será tudo do Corinthians. É 100% nosso: camarotes, cadeiras cativas, placas, restaurantes, estacionamento…”
Nesta segunda-feira pela manhã, o governador Alberto Goldman irá vistoriar o terreno. Na terça, Andrés fará o anuncio oficial do lançamento. A ideia do presidente é divulgar todos os detalhes numa festa que o clube preparou para o Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. São esperados 50 mil corintianos para assistir a uma série de shows musicais. Jogadores e ex-ídolos estarão presentes. Andrés espera conseguir levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao evento. À tarde, Lula irá ao Parque São Jorge para receber homenagens, mas Sanches acredita que convencerá o corintiano mais ilustre do país a permanecer ao seu lado para poder dividir o momento que a torcida alvinegra mais aguarda nos seus 100 anos de existência.
“Nós, corintianos, fomos muito enganados e ficamos muito frustrados com maquetes e projetos no decorrer desses 100 anos. Mas desde que assumi o clube (em outubro de 2007), trabalho diariamente para ter um novo estádio. E agora o sonho está concretizado.”
A cada resposta que dá, Andrés fala que o estádio será construído prioritariamente para o Corinthians. A questão da Copa do Mundo, segundo ele, é secundária. Mas sem o aval da CBF e do governo do estado, talvez o projeto não saísse do papel neste momento. Para ampliar a sua arena para 70 mil torcedores, seria necessário um investimento extra de R$ 170 ou R$ 180 milhões.
“O Corinthians não aceitaria dinheiro público, mas também não teremos dinheiro para pagar essa conta. Então, temos de sentar junto com as pessoas da CBF e da Fifa para discutir qual é a melhor maneira de fazer essa engenharia financeira.”
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