Eficiente e contando com atuação desastrosa da zaga alvinegra, o time de Goiás fez 4 a 3, de virada, dentro do Pacaembu. Melhor para os visitantes na luta contra o rebaixamento e péssimo para os anfitriões na luta pelo título do Brasileirão.
O resultado ainda não tira o Atlético-GO da zona de rebaixamento, mas dá fôlego nessa empreitada. Até porque é a segunda vez que o time vai a São Paulo e derruba um grande. Foi assim quando fez 3 a 0 no Palmeiras, também no Pacaembu. Neste Brasileirão, o Dragão tem sido carrasco do Corinthians. No primeiro turno, no Serra Dourada, já havia vencido por 3 a 1.
Ao Corinthians agora resta conter a crise que certamente vai ganhar mais força dentro do clube. Até porque são cinco jogos sem vitórias (três derrotas e dois empates). Terceiro colocado com 49 pontos, o Timão não tem mais chance de assumir a liderança caso vença o Vasco na quarta-feira. Pior ainda, está vendo Cruzeiro e Fluminense, rivais diretos, cada vez mais distantes.
Se a reunião com representantes da maior organizada do clube no sábado foi mais para apoio do que para cobrança, a voz da arquibancada mostrou neste domingo que a cobrança será forte. Pedidos de raça, gritos de burro para Adilson e hostilidades com o presidente Andrés Sanches. Os próximos dias serão quentes.
Na próxima quarta-feira, em São Januário, no Rio de Janeiro, o Corinthians encara o Vasco, em jogo atrasado do primeiro turno. A equipe carioca, aliás, é a próxima adversária do Atlético-GO, no próximo domingo, dia 17, às 16h, em Goiânia. No mesmo dia, o Timão joga com o Guarani, no Brinco de Ouro, em Campinas.
Dragão cospe fogo em São Jorge
Bruno César cobra escanteio da esquerda, Thiago Heleno cabeceia na trave. No rebote, o meia cruza rasteiro e Leandro Castán completa para a rede. O gol do Corinthians contra o Atlético-GO, a 1 minuto de jogo, parecia ser o pontapé inicial de uma reação tranquila dentro do Campeonato Brasileiro. Só parecia.
A equipe alvinegra até que tinha o controle da partida. Com bom toque de bola, envolvia o adversário. Mas não tinha finalização. Quando tinha, saía tudo errado. O único que tentava algo diferente era Bruno César. Sempre que tinha condição, o camisa 10 arriscava. Fosse de dentro ou fora da área. De longe ou perto.
Só que o Timão parecia não contar com um Atlético-GO eficiente. Foram três chutes e três gols. Sem tirar o mérito do Dragão, todos com falhas da defesa. No primeiro, aos 19, Robston estava em posição de impedimento quando recebeu a bola na esquerda, é verdade, mas a zaga parou totalmente e viu Juninho marcar.
O Corinthians sentiu o gol e passou a jogar nervoso. Melhor para a equipe do técnico René Simões. Aos 38 minutos, Robston cobrou falta da esquerda para dentro da área. Contando o goleiro Julio Cesar, havia sete jogadores do Timão na área. A bola passou por todos eles, e Gilson só rolou para o fundo do gol.
Sabendo aproveitar o mau momento do adversário, o Atlético-GO chegou ao terceiro gol aos 45 minutos. Thiago Heleno vacilou na marcação e na linha de impedimento e permitiu toque de Juninho para Marcão: 3 a 0. À Fiel restou gritar: “Chicão, Chicão, Chicão”, “Raça Timão, você é tradição” e “Vamos jogar bola, ô, ô”.
Sob vaias, os jogadores do Timão foram para o vestiário.
Dragão derruba até o cavalo de São Jorge
No retorno para o segundo tempo, a torcida voltou a gritar “Vamos jogar bola, ô, ô, ô”, mas o canto se confundiu com os gritos de “burro” para o técnico Adilson Batista. Ele atendeu ao pedido da torcida e colocou Chicão, retornando depois de dez jogos fora, mas no lugar de William, o que revoltou a Fiel.
As primeiras ações da etapa final davam indícios de que seria ataque (do Corinthians) contra defesa (do Atlético-GO). Mas o nervosismo do Timão ainda propiciava espaços ao Dragão. Irritada, a torcida alvinegro pediu mais um jogador: o argentino Defederico. Adilson, mais uma vez, aceitou a sugestão e tirou Moacir.
Só que a situação não melhorou. Piorou. Não pela entrada de Defederico, mas pela expulsão infantil de Leandro Castán aos 12 minutos, por conta de uma cotovelada. Se com o mesmo número de jogadores, o Corinthians já tinha dificuldades em superar o Dragão, com um a menos as chances de reação diminuíam.
O que está ruim, aliás, pode ficar pior. E ficou para o Corinthians. Aos 22 minutos, o eficiente Atlético-GO fez o quarto gol. Marcão recebeu bom passe de Adriano e não deu chance para o goleiro Julio Cesar. Revoltados, alguns torcedores começaram a ir embora. Até o presidente Andrés Sanches deixou a numerada.
Até porque alguns torcedores começaram a hostilizá-lo depois do quarto gol sofrido. Aos 26 minutos, o Corinthians ainda conseguiu marcar. William Morais recebeu de Jucilei e mandou para a rede, dando esperança aos mais fiéis da Fiel. E aos 41, Thiago Heleno aumentou esse sentimento ao marcar de cabeça.
Mas já era tarde. Faltava tempo e qualidade para um heróico empate.
CORINTHIANS 3X4 ATLÉTICO-GO
CORINTHIANS
Julio Cesar; Alessandro, Thiago Heleno, William (Chicão) e Leandro Castán; Moacir (Defederico), Paulinho, Jucilei e Bruno César; Iarley e Souza (William Morais).
ATLÉTICO-GO
Márcio; Adriano, Daniel Marques, Gilson (Jairo) e Thiago Feltri; Agenor, Pituca, Robston e Anaílson (Renatinho); Juninho (William) e Marcão.
Técnico: Adilson Batista. Técnico: René Simões.
Gols: Leandro Castán, a 1, Juninho, aos 19, Gilson, aos 38, e Marcão, aos 45 minutos do primeiro tempo; Marcão, aos 22, William Morais, aos 26, Thiago Heleno, aos 41 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Jucilei (COR); Agenor, Jairo (ATL).
Cartão vermelho: Leandro Castán (COR).
Público: 23.459 pagantes. Renda: R$ 748.606,00.
Local: Pacaembu, em São Paulo (SP). Data: 10/10/2010.
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG). Auxiliares: Márcio Eustáquio Santiago (Fifa-MG) e Dibert Pedrosa Moisés (Fifa-RJ)
FONTE: GLOBO ESPORTE
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