A cada quatro jogos, um tem público inferior ao da Copa Kaiser, torneio de várzea do Estado
DEPENDENDO DA combinação de resultados da rodada de hoje, o domingo que vem pode servir, em São Paulo, só para definir o rebaixamento. Há seis rodadas, não há movimento entre os oito primeiros colocados, os que se classificam para as quartas de final do Paulistão. Uma mistura neste final de semana de vitórias de Paulista, Corinthians e Santos determina os oitos finalistas, que só entrarão em campo na semana que vem para cumprir tabela.
No início do campeonato, questionado sobre a primeira fase modorrenta, o presidente da federação, Marco Polo Del Nero, argumentou: "A mudança da fórmula, que deixa de premiar quatro finalistas e oferece oito vagas nas finais, serve para movimentar mais a tabela de classificação. Haverá disputa dos 12 primeiros para se classificar e dos oito últimos para fugir do rebaixamento".
Marco Polo errou. Seu Paulistão é um fracasso de público e de interesse. A média de espectadores por partida é de 4.957 pessoas e cai ano após ano. Foram 6.229 em 2009, 5.181 em 2010.
Pior, dos 168 jogos computados -o Santo André jogou duas vezes com portões fechados- 22% não somaram mil pagantes. A cada quatro partidas, uma tem público inferior ao da Copa Kaiser, principal competição de futebol de várzea do Estado.
Marco Polo argumenta que o Paulista é o Estadual com o melhor contrato de TV. Ainda é. Há três anos, a federação podia dizer que o Estado tinha a hegemonia do futebol brasileiro. Flamengo e Fluminense venceram os dois últimos Brasileiros.
Mas o interesse cai semana a semana. Dos últimos seis domingos, apenas dois tiveram clássicos. A segunda-feira depois do gol 100 de Rogério produziu, sim, comentários acalorados nas ruas, assim como a vitória do Palmeiras sobre o Santos, semana passada. Certamente será assim também se um grande cair nas quartas de final e se houver clássicos nas semifinais e na decisão.
Mas um domingo como hoje, com Corinthians x São Caetano, Noroeste x São Paulo e Americana x Santos, faz com que as segundas-feiras produzam intermináveis discussões sobre... o clima!
OBRIGADO!
PVC deixa a Folha de SP e vai para o "Estadão"
Nos últimos dois anos e meio, tive a honra de escrever na Folha. Entendi na prática o que cada linha aqui escrita produz na vida do país. Agradeço aos leitores e à direção do jornal pela felicidade que me produziram neste período, que se encerra neste domingo.
Fonte: Folha de São Paulo
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