Apesar de ainda não ter anunciado nenhum grande reforço para a temporada, o Corinthians entrou em 2011 com uma boa notícia. De acordo com cálculos realizados pelo departamento de marketing, o clube deve arrecadar neste ano, só com patrocínio da camisa, mais de R$ 60 milhões. Só para se ter ideia da dimensão desse número, o clube do Parque São Jorge passa a ter a segunda maior receita do planeta com anunciantes da camisa. Fica atrás apenas do Barcelona, que pela primeira vez em sua história trará uma marca no peito, pela qual vai receber R$ 69 milhões da Qatar Foundation. E vale lembrar que os corintianos terminaram o ano do centenário sem conquistar títulos.
Um detalhe, porém, precisa ser considerado. Enquanto o Barcelona consegue R$ 69 milhões com apenas um anunciante estampado na camisa, o Corinthians precisou transformar seu uniforme naquilo que os rivais costumam chamar de "colcha de retalhos" para atingir os R$ 62 milhões.
Provocações à parte, Sanchez entende a brincadeira como uma espécie de dor de cotovelo dos adversários. "Nossa prioridade é estruturar o Corinthians. E, se tiver de vender mais, eu vendo", comenta o presidente corintiano, Andrés Sanchez. "Investimos R$ 20 milhões na construção do nosso Centro de Treinamento. As pessoas precisam entender que esse dinheiro tem de vir de algum lugar. Parte conseguimos parcerias e parte bancamos com recursos próprios."
A Hypermarcas permanece como anunciante principal, o que lhe dá o direito de estampar a marca de seus produtos no peito e nas costas, regiões consideradas nobres. Além disso, a empresa ampliou seu acordo e manterá a exploração do ombro e das axilas. Se no primeiro contrato, assinado em 2009, o Corinthians arrecadou R$ 38 milhões, a expectativa é de que em 2011 esse valor atinja os R$ 50 milhões.
O restante vem da negociação da barra da camisa. Até o final da temporada passada, o espaço era ocupado pelo Banco Pan-Americano, que pagava R$ 8 milhões por ano. A projeção da diretoria é que o novo patrocinador desembolse 50% a mais. Ou seja, a cota chegaria a R$ 12 milhões. "Trabalhamos com a projeção de uma receita de R$ 62 milhões com patrocínios de camisa em 2011", afirmou Sanchez. "Isso nos deixaria entre os três clubes com maior patrocínio do mundo. Acho que ficaríamos atrás apenas do Barcelona e do Bayern de Munique."
Melhor ainda. De acordo com estudo realizado pela Futebol Finance, empresa especializada em análise financeira do esporte, a expectativa do presidente alvinegro será superada. Levantamento realizado no mês passado, logo após o anúncio do acordo de cinco anos entre Barcelona e a Qatar Foundation, que renderá ao clubes catalão R$ 69 milhões por temporada, indica que o Corinthians entra na seleta relação como o vice-líder. O Bayern de Munique, citado por Sanchez, divide a terceira colocação com o poderoso Real Madrid, ambos com R$ 57 milhões.
Mas Ronaldo seria o único fenômeno por trás desses números? Segundo especialistas, o atacante tem ajudado bastante na valorização na marca corintiana, mas outros aspectos interferem nesses valores. "A Europa vive um momento de recessão, onde é natural que os valores fiquem mais contidos", explicou o consultor Ricardo Araújo, especializado em marketing esportivo. "Por outro lado, o mercado brasileiro está em expansão. Quando juntamos uma coisa à outra, entendemos essa realidade."
Dívida. Apesar de contar com um dos maiores patrocínios do mundo, de ser a marca mais valorizada do futebol brasileiro e de ter arrecado em bilheteria no ano passado mais do que São Paulo e Palmeiras juntos, o Corinthians fechou 2010 com déficit de, aproximadamente, R$ 7 milhões.
A esperança de encerrar o período com as contas equilibradas é de que o dinheiro referente à venda de Elias ainda seja registrado como entrada de 2010. "O problema não é ter dívida. Isso todo mundo tem", disse Sanchez. "O problema é como você a administra. Há três anos nós devíamos R$ 100 milhões e arrecadávamos R$ 60 milhões. Isso é complicado. Mas hoje temos R$ 115 milhões de dívida, mas arrecadamos R$ 200 milhões. É mais confortável, é administrável."
PATROCÍNIO NAS CAMISAS
R$ 69 milhões
milhões é o valor que o Barcelona receberá pelo contrato acertado com a Qatar Foundation, o primeiro da história do clube.
R$ 62 milhões
milhões é a receita total que a diretoria do Corinthians calcula receber de patrocínio da camisa na temporada 2011.
R$ 57 milhões
milhões representam o que o Real Madrid, de Cristiano Ronaldo e Kaká, recebe por ano de patrocínio no uniforme.
R$ 57 milhões
milhões deixam o Bayern de Munique em empate com o clube da capital espanhola no ranking de arrecadação.
R$ 55 milhões
milhões foram investidos no Manchester United, clube que conta com o maior patrocínio
de camisa da Inglaterra.
fonte: Agência Estado
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